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CORRUPCIONÁRIO DA ILHA DE SANTA CATARINA ; CRÔNICA DE UMA CIDADE SEM ÉTICA
Pastor também mente. E como.
Mário Medaglia ; 30/12/2008
O vice prefeito Bita Pereira e prefeito interino de Florianópolis estragou meu dia e azedou meu fim de ano com a entrevista que deu hoje pela manhã na rádio CBN aos jornalistas Mário Motta e Moacir Pereira.
Com sua conversa pastoral e sem conteúdo desfiou um monte de baboseiras sem o menor sentido, transformando aquele espaço em uma grande peça de ficção. Lá pelas tantas, talvez irritado com o papo furado do vice – aliás, por onde anda o titular? – Moacir desabafou listando uma série de carências da nossa cidade, como o sistema viário, o aeroporto, o acesso ao sul da ilha, transporte coletivo deficiente, crescimento desordenado, falta de fiscalização da Prefeitura e – acrescento eu - conivência da Câmara Municipal, falta de equipamentos turísticos, como marinas, trapiches, proliferação de construções irregulares servindo de portais turísticos nas entradas de algumas de nossas principais praias.
Enfim, a lista é imensa e ainda faltou dizer que nossa cidade não tem parques e que aquele vereadorzinho de merda, o tal da “moeda verde”, acha muito natural porque “Florianópolis não tem tradição de parques”. Foi a frase mais imbecil e calhorda que ouvi de um político que deveria trabalhar pelo bem da comunidade ao invés de fazer contrabando de bebida e encher o bolso com o resultado de atividades suspeitas.
Apesar de tudo e de concordar com o desabafo do jornalista, Bita Pereira ainda achou motivos para elogiar Dário Berger e justificar os estragos feitos na cidade graças ao acúmulo de omissões, safadeza e incompetência.
Exemplo recente: aquele precioso espaço após o túnel Antonieta de Barros na baía sul, que poderia abrigar um belo parque à beira mar, já esta virando um muquifo com passarelas depredadas, o mato crescendo e o aparecimento das primeiras obras que ninguém sabe sobre suas finalidades.
Voltando ao passado e por questão de justiça, é preciso lembrar também a ocupação irracional dos espaços do aterro da baía sul com camelódromos, estacionamentos, garagens de ônibus, um fedido merdódromo, e um suspeitíssimo centro de eventos. Tudo isso em substituição ao projeto do paisagista Burle Marx. Projeto que sumiu e ninguém sabe, ninguém viu.
Os parques de Curitiba, São Paulo e Porto Alegre, por exemplo, não servem de inspiração para nossos legisladores e administradores porque não representam fonte de rendimento, seja econômico ou político. E vem aí mais Dário, mais Bita, muitas promessas, mais mentiras.
O aprendiz de LHS
Bem feito! Quem mandou dar uma espiada na internet neste sábado maravilhoso. Uma nota sinistra me deixou de cabelos em pé (sim, ainda tenho alguns).
No blog do Azevedo estão os planos do prefeito eleito de Florianópolis. De férias há meses, vai convocar extraordinariamente a Câmara para resolver algumas pendências, contando com a complacência e apoio dos novos vereadores e dos reeleitos.
Na pauta, as mudanças no Plano Diretor solicitadas pelo LHS (penitenciária e, embora não tenha falado, também o Saco Grande, onde está o Centro Administrativo) e a criação daquilo que poderíamos chamar de “supersecretaria da Moeda Verde”: Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano. Vai concentrar ali todas as engronhas que têm feito a (má) fama das administrações municipais da capital (Floram, Ipuf, Susp...).
Ah, e o principal: “Dário quer, no segundo mandato, mais tempo para se dedicar à política, por isso pretende montar um secretariado de "notáveis".”
Candidatíssimo a governador, portanto. Estimulado por LHS. E, como ele, exercerá apenas o papel nada decorativo de chefe de Estado (e embaixador itinerante, claro! Afinal, precisa estadualizar o nome), sem se imiscuir (no que não for de seu interesse imediato) nos negócios de governo, entregue a “notáveis”.
Estamos bem arranjados...
Diário Catarinense ; Coluna Cacau Menezes ; 26/12/2008
Prefeito Dário Berger passa o final de ano em Floripa festejando duas conquistas: a reeleição, com vitória nos dois turnos, sobre um mito, Esperidião Amin; e a decisão da Justiça Federal, que o livrou de qualquer envolvimento criminal na Operação Moeda Verde, que balançou a cidade – o mesmo que foi feito com o delegado da Polícia Federal e atual superintendente do Ipuf, Ildo Rosa.
"Pegaram uma mão cheia, levaram uma jamanta!"
Coluna Cesar Valente ; 6/7/2007
Tudo o que está em itálico neste post faz parte do Inquérito Policial nº 2006.72.00.008647-0/SC e foi retirado do Auto Circunstanciado Complementar nº I elaborado pela Delegada de Polícia Federal Júlia Vergara da Silva. Selecionei, das mais de 40 páginas do Auto, alguns trechos que parecem mostrar o envolvimento do prefeito Dário Berger na já conhecida história de ajudar os amigos e prejudicar os inimigos em que se transformou a administração municipal de Florianópolis.
Da leitura dessas conversas sempre fica um gosto ruim na boca. Dá náusea. Tem-se a impressão que as guerras de gangues que vemos nos filmes e nos subúrbios violentos inspiraram essa gente. Tem uma turma que ajuda e achaca estes aqui e outra, que ajuda e achaca aqueles lá. Mas às vezes, como nas campanhas eleitorais, pode ocorrer que alguém se atravesse e gere um mal-estar. No fim, não se iludam, todos eles se acertam e acabam amigos, ou, pelo menos, cúmplices.
O ASSESSOR
Em 12-09-2006, Juarez Silveira mantém contato telefônico com Renato Joceli de Sousa, seu cunhado e Secretário Municipal de Urbanismo e Serviços Públicos, que passa o telefone a seu subordinado, Rubens Bazzo. O propósito de Juarez é saber a que título foi aprovado o projeto da Campo de Golf do Costão do Santinho. Bazzo diz que foi aprovado como Condomínio. Juarez Silveira diz que a Portobello está querendo montar um condomínio estilo de Alphaville em Celso Ramos, condomínio fechado. Juarez demonstra estar interessado em assessorar a Portobello, assim como atuou no caso do loteamento Jardim Rio Vermelho. Bazzo diz que conhece e que vai necessitar de projeto de lei especial. Juarez responde que fazem, sem problema, e pergunta a Bazzo se ele não quer lhe dar “uma mão nisso”. Bazzo diz que “não tem problema”, e Juarez sugere sentarem ele, Juarez e Lauro Santiago.
A VISITA
As 17:42:33 do mesmo dia, Juarez Silveira fala com Dona Iolanda, esposa de Fernando Marcondes, informando-a: “Eu estou aqui na sua casa!” Iolanda disse que Marcondes lhe teria relatado que iria para casa tentar falar com Juarez”. Juarez responde: “Tô aqui com a Excel... com o... chefe da... da cidade.” Iolanda responde: “Bom, esse então eu não conheço”. Ao que ele revela: “Nosso prefeito”. Ela pergunta, então; se Dário está lá. Juarez responde: “É, é. Tamo aqui.” Ela responde agradecendo bênção divina: “Ô, Graças a Deus.” Ao final, Juarez pergunta: “Tá bom?” Iolanda responde que “Está ótimo!”
DATA: 20-09-2006 HORA: 18:37:26
JUAREZ: O Rodolfo está fazendo o Marcondes de gato e sapato, naquele negócio lá de coisa! Puta que pariu.
RENATO (Joceli): Não, ele falou pra mim. Puta, nem falei... O Rodolfo... O Rodolfo! O Marcondes me ligou de manhã e disse que ligaria à tarde pra me dar o número do processo. (...)
JUAREZ: Eu liguei. Eu liguei. Eu liguei de manhã, Eu liguei pro Rodolfo de manhã com o Marcondes, porque nós passamos a tarde com ele, eu e o Dário.
RENATO: Ele falou, ele falou!
JUAREZ: Quem que falou?
RENATO: O Marcondes. O Marcondes falou!
JUAREZ: Ahnm!
RENATO: Que vocês estiveram lá!
JUAREZ: Na casa dele, entendesse?
RENATO: Ele falou!
JUAREZ: Então, precisava resolver essa pendência, porra. Entendesse? Então amanhã tu pega...
RENATO: Eu vou até ligar pro Rodolfo agora, o Rodolfo tá já ainda!
JUAREZ: E, manda ver isso ai, porque, porra
RENATO: Ele sabia, ele falou que tava em área de preservação ou alguma coisa assim!
JUAREZ: Não, não tava. Tá , tchau!
Coluna Paulo Alceu ; 3/7/2007
No relatório o vereador Walter da Luz destacou que a Susp transformou-se num “balcão de negócios utilizado pelo vereador Juarez Silveira e seu cunhado Renato Joceli, na obtenção de vantagens ilícitas e imorais.”
Liderança
Coluna Paulo Alceu ; 8/7/2006
Durante entrevista no REDESC o prefeito Dário Berger formulou um convite ao vereador Juarez Silveira para que voltasse a responder pela liderança do governo na Câmara. Silveira ocupou este cargo, mas foi afastado devido a desencontros com o prefeito. Mas agora estão novamente sintonizados.
Coluna Paulo Alceu ; 3/1/2005
Como a coluna já havia anunciado dias atrás vai responder pela Susp em Florianópolis, Renato de Souza, que é servidor do Tribunal de Contas do Estado. Indicação do líder do governo Juarez Silveira, que também emplacou alguns nomes no Ipuf.
Delegado federal Ildo Rosa, que atualmente exerce a presidência do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), tem um motivo a mais para celebrar este Natal. Os três delegados destacados pela Superintendência da Polícia Federal para produzir o processo administrativo contra ele, por conta das denúncias formuladas no âmbito da Operação Moeda Verde, chegaram à mesma conclusão: não há sequer uma única prova contra o delegado, que entre os colegas é conhecido pela competência e lealdade.
A Notícia ; Diogo Vargas ; 29 / 10/2007
A administração municipal de Florianópolis deve sofrer reflexos da Operação Moeda Verde da Polícia Federal nesta semana. Incomodado com o indiciamento da delegada Julia Vergara, o diretor-presidente do Instituto de Planejamento Urbano (Ipuf), Ildo Rosa, anunciou no sábado que na manhã de hoje vai colocar o cargo à disposição do prefeito Dário Berger (PMDB). Ildo chefia os trabalhos do novo plano diretor da Capital e também é secretário municipal da Defesa do Cidadão.
Na semana passada, o prefeito declarou, em reunião interna com o secretariado, que não aceitaria o pedido de exoneração do presidente do Ipuf. Mas agora, com a insistência do próprio Ildo em deixar o governo, ficará difícil Dário mantê-lo na Prefeitura.
A decisão de Ildo Rosa ganhou força com outra suspeita colocada sobre ele e divulgada por A Notícia na edição de ontem: a de que seria o suposto responsável pelo vazamento da Operação Moeda Verde ao então vereador Juarez Silveira.
Ildo, que também é delegado licenciado da Polícia Federal, achou um absurdo essa suspeita e agora quer resgatar a imagem com a população. O servidor afirmou que também pretende retornar à PF, “de onde nunca deveria ter saído”. A delegada Julia Vergara o indiciou por crime contra a administração pública e o meio ambiente, formação de quadrilha e advocacia administrativa.
Vergonhoso
Blog Paulo Alceu ; 22/12/2008
Vamos ao exemplo e você caro leitor faça o julgamento. Um proprietário de restaurante solicita aos organismos municipais autorização para uso de cadeiras na praia. Entra com o pedido em agosto.
O tempo passa, e nada. Insiste e a morosidade pública se mantém inalterada.
Daí surge um “despachante”criando todas facilidades possíveis. Mas é necessário pagar uma taxa “salgada”. E não fica nisso. Tem que liberar alguns convites para as festas de final de ano e arrumar uma colocação para parentes de servidores públicos. Exigências que caso atendidas permitirão que o pedido legal seja prontamente resolvido. Pedido esse que nos trâmites normais não custa nada ao solicitante. Mas envolvê-lo numa burocracia estimulada, dá a entender, uma espécie de negociação.
Menos mal que o superintendente da Floram, José Carlos Rauen, a tomar conhecido dessa barbaridade, munido de indignação, pediu uma investigação para localizar os responsáveis. E demonstrou que não vai descansar enquanto não punir exemplarmente os produtores de benesses pessoais.
O fim de uma legislatura polêmica
Diário Catarinense ; 21/12/2008
Quem vai pedir a cassação de Dário Berger
Blog “A política como ela é” ; 19/12/2008
O TSE, por 5 votos a 2, finalmente decidiu pelo fim dos prefeitos itinerantes.
A decisão implica que o prefeito Dário Berger terá dificuldade para cumprir o quarto mandato consecutivo, para o qual foi eleito por ampla maioria de votos dos florianopolitanos.
Quem vai pedir na Justiça a cassação do registro da candidatura do alcaide reeeeleito de Florianópolis? O Ministério Público Eleitoral?
O PP, que perdeu a eleição no segundo turno? O DEM, que no caso da cassação do registro do candidato do PMDB, teoricamente será beneficiado?
Assume o candidato derrotado no segundo turno? Ou haverá novo segundo turno entre o segundo e o terceiro colocados no primeiro turno?
E por que a imprensa catarina, exceção de A Notícia, Diarinho e do Tio César, não publicou uma linha sequer sobre o caso? Medo? Respeito? Ou desrespeito ao leitor?
As respostas, parodiando Bob Dylan e Cruz e Sousa, só o vento vagabundo sabe.
ÊTA
Blog do Noblat ; 17/12/2008
Êta país para ter corrupto. É uma praga. Uma doença endêmica. Roubar mantimentos enviados a vítimas de enchentes é doloroso.”
Vergonha
Blog "A política como ela é" ; 17/12/2008
É vergonhoso que brasileiros, catarinenses em particular, indignem-se contra soldadinhos de chumbo e alguns homens e mulheres do povo por surrupiaram doações destinadas às vítimas das enchentes e dos deslizamentos, quando os políticos, daqui e de todo território nacional, mantêm-se no poder esticando a corda da legalidade.
Diário Catarinense ; Moacir Pereira ; 15/12/2008
O maior movimento de turismo náutico durante a temporada de verão na Ilha de Santa Catarina acontece a partir de Canasvieiras. É realizado pelas escunas que levam milhares de visitantes para um passeio marítimo na baia norte e visita à Fortaleza de Anhatomirim.
No ano passado, o trapiche que acolhe todos os turistas interessados neste programa único, estava uma vergonha, mesmo depois de iniciada a temporada. Às pressas, depois de várias críticas, a Prefeitura de Florianópolis decidiu agilizar melhorias.
Este ano, o desleixo se repete. Falta fiscalização da Prefeitura de Florianópolis. E um mínimo de bom senso e compostura dos donos das escunas, que usam um próprio público e faturam somas altíssimas. Não dão a menor contrapartida pública.
O sistema de ilumninação que corre sob o trapiche oferece risco de vida. Está lá pendurado, amarrado com cabrito. No acesso ao trapiche, canos que conduzem os fios estão lá expostos. Cintas de ferro totalmente enferrujadas expostas, a mostrar o total desleixo dos que exploram os serviços. Até a placa de sinalização da Capitania dos Portos é uma vergonha.
No ano passado, o Secretário de Turismo, Mário Cavallazzi, prometeu um terminal moderno, bonito, para acolher os turistas que desembarcassem dos navios. De lá para cá, não aconteceu absolutamente nada.
Capital Turística do Mercosul? Reunião do Conselho Mundial do Turismo em maio de 2009?
Com estes e outros absurdos? Com tanta negligëncia? Com tanta omissáo do poder público?
“The people behind ‘Corruptionary’ hope that by exposing the terminologies used by corruptors, it would be easier to expose corruption in the country….Corruption robs not only public money but also whatever hopes Filipinos may have for a better future…More than just a specialized dictionary, ‘Corruptionary’ serves as an academic textbook for young Filipinos.” (Christine Ong, Channelnewsasia.com, Singapore)
“The book by itself could be entertaining but has a way of making us see ourselves as victim, observer or even participant in the culture of corruption. What could follow is a kind of epiphany, hopefully leading to anti-corruption advocacy.” (Elmer A. Ordonez, “Two books on corruption,” The Other View, Manila Times)
“Thanks to my chance meeting with the ‘Corruptionary’ team, I'm finally positive I want to learn outside the classroom, not to be merely pro-this, or anti-that, or to march out on the streets, and call for the end of a self-serving regime. I want to know things without being spoon-fed, to go somewhere, according to how I want to get there. It is going to be quite a walk.” (Sara O. Siguion-Reyna, “What I've learned: Getting there my own way,” Philippine Daily Inquirer, April 22, 2008)
“A first of its kind, Corruptionary …is a very rich source of information and analysis that should be useful for anticorruption advocacy in the Philippines…a very important tool in anticorruption discourse, where various references are made…For the un-initiated, Corruptionary helps build awareness that is important in conscientization.” (Dr. Ronnie V. Amorado, “Corruption as hermeneutic and semiotic reality”)
“Many readers would shake their heads in amusement after finishing the book. There is, however, a sense of sadness that comes with the realization that the world of corruption is one that is like to be with us for a long time—unless we find the words that will define what we want ourselves to become.” (Chit Estella, “Corruptionary: The lingo of corruption,” Verafiles.org)FICA TUDO DO MESMO JEITO
Blog Carlos Damião ; 14/12/2008
Leitor pergunta se os governos não têm como fiscalizar as ocupações em encostas e morros. Claro que têm. Mas poucos governos têm preocupação declarada com essa questão, porque não lhes convém enfrentar problemas sociais. As ocupações irregulares, sabemos, são problemas sociais que se agravam a cada dia. Muitos brasileiros abandonam o campo e querem viver nas cidades, próximos de tudo (principalmente do consumismo), menos dos empregos (a falta de qualificação impede a maioria deles de disputar as boas vagas). Vivem na ilusão, acabam marginalizados, uma parte deles se volta para o crime. O tráfico de drogas é uma tentação para essa gente, porque o dinheiro entra fácil e não é necessária a qualificação. Quem não cai no crime se vira do jeito que pode, esmolando ou vivendo de bicos.
As ocupações irregulares são toleradas pelos poderosos de plantão - que respaldam as invasões com a ligação de energia, água e telefone - porque todos os invasores são eleitores em potencial. E isso explica muita coisa, inclusive a expressiva votação obtida pelo atual prefeito de Florianópolis nas comunidades periféricas - favelas e bairros populares surgidos nos últimos anos.
No Vale do Itajaí a situação não é muito diferente. Comunidades inteiras se afastaram da beira do rio Itajaí-Açu para fugir das enchentes. Buscaram pontos mais altos para construir novas casas, em geral sem assistência técnica, à vontade, inclusive com estímulo do poder público. Por isso tivemos 90% das mortes da catástrofe associadas a deslizamentos, avalanches e desmoronamentos.
Mas os governantes farão alguma coisa daqui para frente? Duvido. E escrevo de novo: duvido. O voto fala mais alto do que a responsabilidade social, ambiental e urbana.
CONDENAÇÕES E NOMEAÇÕES
Blog Cesar Valente ; 12/12/2008
Boa parte das cartinhas da semana refere-se a dois assuntos, de certa forma, correlatos. A condenação do diretor-financeiro da Eletrosul, ex-governador Paulo Afonso Vieira e o lobby para (re)colocar na Fatma um dos indiciados na operação Moeda Verde, da Polícia Federal.
Ora, ora, só vocês e eu que ainda ligamos para essas coisas. Saiu de moda a preocupação com a ética, com a ficha limpa, com a correção nos procedimentos. O ex-governador foi, segundo ele, “vítima” de mais de 150 processos. Todos, naturalmente, injustos e motivados por “cruel perseguição política”. Alguns, de fato, deram em nada ou em absolvição, mas há condenações que estão sendo confirmadas em segunda instância. O que, também, não quer dizer muita coisa. Afinal, há ainda um longo caminho de recursos a percorrer.
Este é o País do “cabe recurso”. E do “ah, mas ainda não transitou em julgado”. Que são as senhas para manter o caráter ilibado e virginal de quem quer que tenha grana para sustentar advogados ao longo da vida. Porque, com algum talento e muitos “talentos” (no sentido bíblico), há a possibilidade de protelar uma decisão final “ad aeternum”.
O caso do Jânio Wagner Constante é ainda mais claro: não há ainda nada além de um indiciamento num inquérito policial. Nem se tem notícia de alguma condenação. Por que iriam as autoridades preocupar-se com isso?
Ao nomear para a presidência do Conselho Estadual de Turismo um empresário igualmente indiciado na mesma operação, o governador LHS mostrou que não dá a mínima para o que dizem de seus colaboradores. Mesmo que a “fofoqueira” seja a Polícia Federal, agindo por mandado da Justiça. Tá liberado.
E a gente nem pode criticar muito essa visão leniente dos gestores públicos que nomeiam e mantém gente suspeita: o eleitor livre, soberano e todo-poderoso, foi às urnas recentemente e também disse que não está nem aí para a folha corrida dos candidatos. Ora, se a comunidade aceita, agasalha e acaricia quem está sendo processado, por que ainda estamos falando nisso?
Andares
Diário Catarinense ; Cacau Menezes ; 12/12/2008
O que mais chama a atenção dos urbanistas e empresários do ramo é que nos 270 metros quadrados da Avenida Othon Gama DEça, onde foi erguido um prédio comercial de oito andares novinho em folha, o Plano Diretor não permite mais que dois pisos, ou seja, garagem e um pavimento.
Não se fala em outra coisa também na prefeitura.
BBC BRASIL ; 9/12/2008
O Brasil ocupa uma das últimas posições em um ranking de percepção de suborno transnacional elaborado pela ONG Transparência Internacional (TI).
O estudo, intitulado Bribe Payers Index ("Índice de Pagadores de Suborno", em tradução livre), foi elaborado a partir de entrevistas com 2.742 empresários de 26 países e analisou a propensão ao pagamento de suborno de empresas dos 22 maiores países exportadores.
Durante as entrevistas, questionou-se sobre a freqüência com que as empresas desses 22 países participam de operações que envolvem subornos nos países de origem dos entrevistados.
A partir daí, foi criado um ranking que lista, nas primeiras posições, os países cujas empresas têm menores índices de corrupção e, em último, os países cujas companhias mais praticam subornos. O Brasil aparece em 17° lugar, empatado com a Itália.
BRICs
Os outros três países que formam com o Brasil o chamado grupo dos Bric (Rússia, Índia e China) tiveram classificações piores no ranking, sendo que a Rússia aparece na última colocação, como o país cujas empresas mais se envolvem em casos de pagamentos de propina no exterior.
Já a Bélgica e o Canadá ficaram empatados em primeiro lugar, o que indica que suas empresas se envolvem menos em casos de corrupção, segundo os entrevistados.
"O índice traz evidências de que companhias dos maiores países exportadores ainda se utilizam de suborno para fazer negócios em países estrangeiros", diz a presidente da Transparência Internacional, Huguette Labelle.
"A desigualdade e a injustiça que a corrupção causa tornam vital que os governos redobrem seus esforços para reforçar as leis contra o suborno por parte de companhias estrangeiras. Do mesmo modo, todos os grandes países exportadores devem se comprometer com as medidas da Convenção Anti-Corrupção da OCDE", completa.
Tipos de corrupção
O relatório também mostra quais os diferentes tipos de subornos utilizados por empresas dos 22 maiores exportadores do mundo.
Segundo pouco mais de 20% dos entrevistados, o tipo de corrupção mais praticado por empresas brasileiras no exterior é o suborno a autoridades públicas menos graduadas, que é definido pela ONG como aquele utilizado para "apressar as coisas".
Já cerca de 50% dos entrevistados afirmaram que as empresas russas, além do suborno a autoridades menos graduadas, costumam também corromper partidos políticos e altas autoridades.
As empresas mexicanas, por outro lado, foram apontadas por 38% dos empresários ouvidos como aquelas que mais utilizam relações pessoais e familiares para conseguir contratos públicos.
O estudo ainda traz a opinião de empresários sobre quais empresas estrangeiras se envolvem em mais casos de corrupção em seus países.
Os empresários da Europa e Estados Unidos que responderam à pesquisa, por exemplo, consideram que a China e a Itália são países cujas empresas costumam se envolver mais em corrupção na região. Já as companhias suíças e belgas são vistas como as mais honestas.
As empresas chinesas também são vistas nos países da América Latina que participaram da pesquisa (Argentina, Brasil, Chile e México), como as que mais pagam suborno nesta região. As empresas alemãs foram consideradas as mais idôneas.
Setores
O índice também traz os setores da economia cujas empresas mais se envolvem em casos de corrupção. Um dos rankings aponta quais os tipos de companhia que mais se envolvem, de acordo com os entrevistados, em casos de suborno a autoridades públicas.
Entre os que mais oferecem estes subornos estão empresas que prestam serviços públicos, de construção, imobiliárias e petrolíferas. As mais honestas neste ranking são as que trabalham com computação, pesca e bancos.
Outro ranking aponta aqueles setores cujas empresas mais se envolvem em casos de suborno com o objetivo de influenciar decisões políticas e leis. Neste caso, as apontadas como mais corruptas também são aquelas dos setores de serviços públicos, construção, imobiliárias e petrolíferas.
Já o setor bancário, que aparece como um dos mais honestos no ranking anterior, não tem um classificação tão boa neste.
O índice ainda aponta que para 49% dos empresários latino-americanos, os esforços de seus governos para erradicar a corrupção têm sido "muito ineficientes".
O relatório não permite uma comparação com o ranking anterior, realizado em 2006, por analisar menos e diferentes países.
Diário Catarinense ; Moacir Pereira ; 8/12/2008
Tribunal Regional Federal de
Os desembargadores confirmaram, por unanimidade, o indeferimento prolatado pelo juiz da Vara Ambiental Federal de Florianópolis, em 2005.
Acordando os comentaristas
Blog Cesar Valente ; 4/12/2008
Nos últimos dias, duas notas provocaram os comentaristas: a do óleo de peroba (o prêmio instituído pelo LHS que ele próprio recebeu) e a sugestão de trocar a velha ponte HL por uma moderna e (olha a provocação aí de novo!) mais bonita.
No primeiro caso, acho que deixei clara a minha opinião: achei um absurdo. No segundo caso só coloquei a cartinha que tinha recebido de um leitor, sem dizer o que pensava a respeito. E fui cobrado por isso.
Em primeiro lugar, é bom esclarecer que acho que tudo pode e deve ser discutido e debatido. Não deveriam existir áreas restritas, temas proibidos, zonas onde não se entra. Assim, acredito que se pode conversar sobre qualquer assunto e examinar todas as hipóteses. Mesmo porque, como a gente não tem poder, não decide nada, não tem mandato e sequer somos uma parcela significativa da população, o que se diz aqui é apenas um exercício que se assemelha em muito à conversa agradável, animada e proveitosa que às vezes temos na mesa de algum bar.
Então, derrubar a ponte é uma hipótese, dentre várias. Derrubar as duas pontes de concreto e substituí-las por túneis, também. Pessoalmente, a forma como Florianópolis vem sendo conduzida me incomoda há muitos anos. Achei muito legal quando surgiu a idéia, décadas atrás, de transferir o centro administrativo e praticamente toda a cidade “nova” para o Campeche. O centro histórico ficaria preservado como... centro histórico. Atração turística imbatível, lugar interessantíssimo que equivaleria hoje a tantos outros centros preservados que existem no mundo.
Mas a coisa não prosperou. O futuro não é algo que esteja no ângulo de visão de nossos doutos dirigentes (vereadores incluídos) e preferiram fazer o que fizeram e deu no que deu. A mesma coisa quando foram fazer as novas pontes. Havia idéias interessantes, mas que em algum ponto do caminho foram sendo modificadas de acordo com os interesses imediatos.
Portanto, conhecendo a história e cada vez mais desconfiado da competência e da capacidade de planejamento daqueles que se sucedem no comando da cidade e do estado, acho que quanto menos ambicioso o projeto, menores danos causará. Não fosse essa a realidade, eu acharia muito interessante utilizar o ponto da ilha mais próximo ao continente para estabelecer uma ligação monumental. Nova, fotogênica, com tudo o que a moderna engenharia tem para o proveito e a mobilidade humana. Não é, para mim, importante que tenha os mesmos traços da ponte atual, mas não acharia ruim se lembrasse a velha ponte. Com ciclovia, fácil e seguro acesso para pedestres, espaço para bondes, pistas exclusivas para ônibus e veículos de emergência, etc e tal.
Mas, ao mesmo tempo, começo a temer pelo seguinte cenário: a construtora contratada quebra, porque não tinha capacidade adequada, o projeto foi reduzido, para que a obra ficasse pronta antes da próxima eleição, os acessos não ficaram prontos, houve problema com as desapropriações e coisa e loisa. Resultado: desmancham a ponte velha e no lugar colocam uma pinguela provisória, trazida, quem sabe, lá da Barra da Lagoa. Ou então uma coisa projetada pelo mesmo arquiteto dos viadutos, com aqueles bonecos fazendo as vezes de pilastras. Que medo!
Com o túnel ocorre a mesma coisa. Seria ótimo que a ligação com o continente fosse discreta, liberando as águas para navegação e despoluindo a paisagem. Mas alguém acredita que a obra será entregue pronta e completa, com todas as bombas e recursos necessários para não alagar em dias de muita chuva? E para ficar pronta ao mesmo tempo que toda a rede viária correspondente? Não vai faltar um viaduto? Umas pistas a mais? O tráfego em seis pistas do túnel não vai desembocar numa avenida de duas?
Se planejamento cuidadoso e execução minuciosa fosse o nosso forte, a cidade teria outra cara. E, provavelmente, outra ponte no lugar da Hercílio Luz. Ou mesmo a Hercílio Luz em bom estado, ainda em uso. Também não teria voltado as costas para o mar nem se entregue, com tamanha volúpia, ao automóvel individual e agora, com volúpia ainda maior, às anti-ecológicas motocicletas.
Numa ilha, ainda mais uma ilha com a geografia caprichosa da nossa, as restrições são inevitáveis. O “não pode” deveria ser decidido com critério e obedecido sem exceções. Mas esse clima quase familiar de ilha, de ação entre amigos, foi criando uma usina de permissões. Não pode, mas dá-se um jeito. Mesmo que, ali adiante, essa permissãozinha amiga inviabilize uma obra que beneficiaria a comunidade.
Então é isso. Sou a favor, mas sou contra. E qualquer que seja a intervenção do poder público no espaço urbano, desconfio sempre que não vai dar certo. Mas, se quando ficar pronta o meu pessimismo for contrariado e entregarem alguma coisa boa, útil e bem feita, não tenho problema nenhum em aceitar. Gostaria mesmo de ser contrariado sempre.
O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) vão realizar uma parceria para fiscalizar os recursos públicos destinados a auxiliar a população atingida pelas chuvas no Estado.
Representantes dos dois órgãos irão participar de uma reunião na manhã desta quarta-feira para definir estratégias para a fiscalização de toda a movimentação financeira das contas-corrente gerenciadas pelo Estado e prefeituras municipais. O dinheiro originado por doações só passa a ser verba pública, e então passível dessa fiscalização, quando depositado numa conta bancária do Estado ou dos municípios.
O MP-SC recomenda a quem tiver dúvidas sobre a credibilidade de campanhas não-estatais, que procurem informações junto aos órgãos públicos responsáveis pelo atendimento às vítimas, como a Defesa Civil do Estado (0800-482020) e dos municípios. No site oficial criado pela Defesa Civil para orientar os cidadãos estão indicadas as contas-corrente do Estado, que direcionam os recursos para o Fundo Estadual da Defesa Civil.
O Ministério Público de Santa Catarina não foi contatado por qualquer entidade, empresa ou veículo de comunicação para exercer fiscalização sobre os recursos arrecadados em suas campanhas.