Pequenas grandes mudanças
Diário Catarinense ; Cacau Menezes ; 10/10/2008
A corrupção, no Brasil, é um problema cultural, muito mais do que político.
Em época de eleição ou mesmo durante todo o ano, em qualquer mesa de bar, costuma ser uma unanimidade xingar os políticos pela corrupção ou atitudes antiéticas.
No entanto, pense bem, caro leitor, cara leitora, e veja se você nunca fez alguma ação desse tipo: estacionar em lugar proibido e tentar convencer o guarda a não multá-lo? (vale também para qualquer outra infração de trânsito). Oferecer uma cervejinha ao guarda de trânsito ou policial furar fila? Não devolver o troco ao caixa, quando este, por engano, retorna dinheiro a mais? Falsificar carteira de estudante? Numa casa noturna, dar uma gorjeta antecipada a um garçom para que ele dê preferência à sua mesa? Comprar carteira de motorista? Fazer gato em cabos de energia? Tentar por meio de contatos com autoridades conhecidas agilizar processos que tramitam em órgãos públicos? Nunca aceitou pagar sem nota por um valor menor do que se fosse com nota?
E, pra terminar, você nunca sonegou imposto? Ou declarou um valor menor de um imóvel, para pagar menos imposto?
Ser correto, convenhamos, não é fácil. Sobretudo num país que tolera pequenos desvios de conduta como se fosse a coisa mais natural do mundo. Como se corrupção ou atitudes antiéticas fossem apenas casos de roubo ou suborno que envolvem grandes autoridades?
Nada disso, se quisermos começar a mudar o país, é bom reavaliarmos algumas pequenas atitudes do nosso cotidiano.
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