A NOVELA DO SEU CHICO
Diarinho (Diário do Litoral) ; Cesar Valente ; 18/4/2008
Na praia do Campeche tem um boteco à beira-mar que está ali há muitos anos. Serve um camarão decente e uma cerveja no ponto. É um lugar onde os nativos levam os visitantes quando querem impressioná-los com o marzão, a ilha do Campeche em frente e a simpatia do seu Chico.
Só que o troço é irregular. Está em cima de dunas, ou de restinga e tem outros rolos. Na administração da dona Ângela, a prefeitura pediu à Justiça uma ordem de demolição. Não sei se o fato do filho do seu Chico, o Lázaro Daniel, ter sido vereador do PT tem algo a ver com isso. O fato é que a coisa andou rápido e a ordem de demolição saiu no começo da gestão do prefeito Darío.
Na primeira tentativa de cumprir a ordem judicial, a comunidade se mobilizou, deu um bafafá danado e a prefeitura achou melhor dar um tempo. Agora, um ano depois, o juiz voltou a mandar a prefeitura cumprir a ordem e derrubar o bar. E deu prazo até dia 22.
De novo, grande comoção na cidade. Os amigos do bar foram ontem de manhã lá, abraçar o barraco de madeira. O prefeito Darío, pra não ficar com o ônus de ter demolido uma instituição tradicional, vai tentar uma coisa diferente: hoje a Floram vai pegar seu Chico pela mão e eles, com o Ministério Público, vão até a Vara da Fazenda pedir uma audiência de conciliação, onde tentarão fazer um termo de ajuste de conduta, para ultrapassar esta fase com o menor trauma possível.
Temos todos enorme simpatia pelo bar do seu Chico (eu mesmo, sempre que posso, dou uma passada por lá), mas o fato é que, embora mereça tratamento especial, está irregular. Só que antes de demolir este monumento cultural, tem um montão de ocupações irregulares de bacanas endinheirados, que é preciso por no chão.
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