quarta-feira, 17 de setembro de 2008

PF PROMOVE NOVA OPERAÇÃO AMBIENTAL

Blog Carlos Damião ; 17/9/2008

Clima de apreensão na região metropolitana. A Polícia Federal deflagrou hoje cedo uma nova operação contra fraudadores da legislação ambiental. A operação tem o nome de Tríade, mas está sendo chamada informalmente de Moeda Verde 2. Até o momento, houve prisões em Biguaçu, onde um jornalista (Ozias Alves, do Biguaçu em Foco) foi agredido com uma tijolada, pelo filho de um vereador. Há 14 mandados de prisão e 38 de busca e apreensão. Uma empresa do empresário Fernando Marcondes de Matos (Inplac) está no foco das investigações, assim como a Schaeffer Yachts e a Proactiva do Brasil.

Atualização --- Uma parte dos mandados de prisão atinge funcionários da Fatma, o órgão oficial do Governo do Estado, responsável pela liberação de licenças ambientais.

Atualização 2 --- Entre os presos, o filho do empresário Fernando Marcondes de Matos (Inplac), Márcio Schaeffer (dono da Schaeffer Yachts, fábrica de lanchas e iates) e José Piccolli, diretor da Proactiva, empresa responsável pelo aterro sanitário de Biguaçu. Foram detidas também lideranças políticas de Biguaçu, inclusive da secretaria municipal de Meio Ambiente, outros funcionários da Inplac e Proactiva e servidores públicos (Fatma).

Correção --- Informação de última hora: o detido não é filho, mas o próprio Fernando Marcondes de Matos, que já havia sido preso também na Operação Moeda Verde, em maio do ano passado.

Atualização 3 --- Ao contrário do que afirmou um colunista, há pouco, a Dríade não se tratou de uma operação de "condução à PF para esclarecimentos". A própria PF esclareceu agora: mandado de prisão significa o que significa mesmo - prisão. Não tem pílula para dourar neste caso.

Atualização 4 --- Dríade era uma ninfa da mitologia grega que nascia junto com os carvalhos. Vivia na árvore ou próxima da árvore. Quando a árvore era cortada ou morria, a ninfa também morria. Os deuses puniam quem destruía uma árvore.

Prisões

Diário Catarinense ; Moacir Pereira ; 17/9/2008

A Polícia Federal confirmou a prisão de 14 pessoas na execução da Operação Dríade, que mobiliza 170 agentes em vários municípios de Santa Catarina e em São Paulo.

O empresário Fernando Marcondes de Mattos foi detido pela polícia, em função de ações executadas em Biguaçu, na Grande Florianópolis, pela indústria de plásticos Inplac, da qual é presidente.

A prisão do empresário Márcio Luiz Schaefer, da Schaefer Yatchs, a maior indústria náutica de Santa Catarina, deu-se em decorrência de supostas irregularidades na implantação da nova unidade industrial em Biguaçu. Sua empresa funciona hoje no município de Palhoça.

Prisões(2)

O empresário Márcio Luiz Schaefer está prestando depoimento neste momento na Polícia Federal de Florianópolis. Conta com a assistência do advogado Nelson Luiz Schaefer Picanço, que integra o escritório do advogado e desembargador aposentado João José Ramos Schaefer, pai do industrial da Schaefer Yatchs.

Os advogados vão aguardar o término do depoimento. Se não houver relaxamento da prisão, entrarão com pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal de Porto Alegre.

Prisões (3)

Advogados do empresário Fernando Marcondes de Mattos esclareceram no início da tarde que ele não tem cargo executivo na Inplac Indústria Plástica, de Biguaçu. É presidente do Conselho de Adminstração e costuma comparecer apenas uma vez por semana na sede da empresa.

Consideraram desnecessária a prisão, alegando que ele tem residência fixa e jamais se negou a liberar informações ou documentos as autoridades. Além disso, está com 70 anos de idade e recentemente realizou cirurgia cardíaca.

As Prisões (4)

A Proactiva Meio Ambiente, que teve dirigentes e técnicos presos pela Polícia Federal, na execução da Operação Dríade, é responsável pelo recolhimento do lixo de Florianópolis. Assumiu o encargo que era conduzido pela Formaco/Decorama.

Indagado hoje no Jornal do Almoço, da RBS TV, se a prefeitura de Florianópolis não deveria exercer maior fiscalização sobre a correta destinação dos resíduos sólidos, o prefeito licenciado Dário Berger afirmou que esta atividade deveria ser exercida com rigor pela prefeitura de Biguaçu.

As Prisões (5)

Dos 14 mandados de prisão autorizados pela Justiça Federal, 13 foram executados pelo Polícia Federal, sendo que 11 estão na carceragem da Policia Federal em Florianópolis e dois serão transferidos de São Paulo Para Santa Catarina amanhã.

O movimento na sede da PF da Beira Mar Norte é intenso, especialmente, dos advogados dos detidos na Operação Dríade.

As Prisões (6)

A Direção da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) emitiu nota sobre a Operação Dríade e a prisão de servidores. O teor da nota:
“A direção da Fatma recebeu com surpresa a informação de que três de seus
funcionários (dois técnicos e o coordenador regional da Grande
Florianópolis) estão sendo acusados de possível envolvimento em crimes
ambientais praticados no município de Biguaçu.

Tão logo foi informada pela Polícia Federal, se colocou à disposição para
auxiliar nas investigações, oferecendo acesso a todos os documentos
referentes aos licenciamentos suspeitos.

A direção reitera que a instituição está aberta para colaborar nas
investigações e tem o maior interesse que tudo seja apurado para que
possíveis culpados possam ser punidos e o nome da Fatma preservado na
sociedade.

Esclarece ainda que aguarda o desenrolar das investigações pra tomar as
medidas cabíveis com relação aos funcionários envolvidos, já que neste
momento não dispõe de elementos necessários em função de toda a
documentação relativa aos processos suspeitos terem sido entregues a
Polícia Federal”.

Moedas podres na Grande Florianópolis

Diário Catarinense ; Roberto Azevedo ; 19/9/2008

A Polícia Federal cumpre sua missão de instituição policial judiciária e faz mais uma ação para acabar com ações em torno de crimes ambientais. A Operação Dríade, realizada nesta quarta-feira, com foco no município de Biguaçu, deixa, no entanto, o clima de déjà vu em relação à bombástica Operação Moeda Verde, realizada em Florianópolis. A falta de resultado compromete a intenção das prisões e a investigação toda.

Até hoje, o assunto morreu no inquérito policial. Não houve o esperado desmembramento da possível ação, sem, ao menos, o Ministério Público Federal ter oferecido denúncia contra algum empresário, funcionário público ou autoridade envolvida em outro rumoroso caso ligado à autorização irregulares para construções em áreas de preservação.

Por isso, neste momento, temos o descrédito público em relação ao que foi feito. Aliás, durante a cobertura da nova operação da PF, na sede da Superintendência estadual em Florianópolis, a galhofa corria solta e a Operação Moeda Verde virou no popular "Pizza Verde".

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